15/06/09

A “menina” do Mercado Central

Almoçar barato na América Latina significa procurar o mercado central. Para além de uma refeição por dois tostões ainda levamos de bónus todo um colorido folclore. Come-se bem? Não é bem uma experiência gourmet, mas muito mais do que isso...

No mercado de Antigua a caça ao freguês é feroz. Mulheres com os dentes debruados a ouro acenam-nos, gritam boas razões para comermos na sua banca e abrem as tampas tentando seduzir-nos com vapores condimentados. Assim nos aconteceu e lá íamos percorrendo as bancas tentando encontrar um motivo que distinguisse uma de outra, até que vimos uma miúda a fixar-nos com um largo sorriso, enfiada num vestido de gala, roxo e aveludado, que lhe escorria insinuante até aos pés. Pestanejou-nos carregada de rímel e lá fomos maquinalmente para o seu “comedoro”. A miúda – a Gabi - era o isco e a sua família, o anzol. Mãe, tias, irmãos e avó fizeram daquele almoço uma festa e lá acabámos todos os dias numa doce rotina, ao longo das duas semanas que pastelámos na cidade.

Descrever Antigua, com as suas ruas imaculadamente limpas, fachadas pintadas dum amarelo forte, e a sua cuidada praça central é lembrar-me da Gabi a receber-nos no comedouro, sorridente, simples e carregada de rímel. Mas descrever tudo o que lá vivi é lembrar-me da sua família - porque no fim, quase a senti como minha.

Ps – num desses dias a Gabi convenceu-nos a ir fotografá-la a um concurso de beleza de bairro – uma obsessão das mulheres latinas – e fez questão no final de tirar esta fotografia, lançando as pétalas da passerelle sobre si própria :)

6 comentários:

  1. Mercado central...

    Que palavrass mágias, que local maravilhoso...

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  2. Mas que honra, meu amigo! Foste o primeiro a comentar neste blog! Grande viagem, a tua. Não me canso de falar de ti a quem não te conhece, eheh. Abc!!

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  3. Grande Abraço rapazes,

    Cá estou eu...

    Mais aventuras, mais viagens, mais conhecimentos, novos contactos, culturas que, mesmo já sendo conhecidas, estão em permanente mutação, crescimento e desenvolvimento o que as faz serem sempre diferentes.

    Grande Abraço,
    TMA

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  4. Carlos Stracci18/06/09, 19:11

    Belas histórias e aventuras, como já nos habituaram no outro blog.

    Se dependesse apenas da vontade, lá ia eu para a Indochina também.

    (Já agora, bela moça)

    Abraço
    Carlos Stracci

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  5. Gabriel Assunção19/06/09, 05:17

    Muito bem! De volta com boas estórias para contar!
    Carlos, uma vez que foste lá para comer, é impressão minha, ou devido à Gabi esqueceste-te de falar da comida? :)

    Abraço

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  6. Marcelo Al14/07/09, 15:58

    Comer sempre no mesmo lucar, não se pode chamar de descubrir, explorar, mas se era assim tão bom, come-lá rapaz...

    Marcelo Al

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