22/02/10

Acção Social Na Nicarágua – “Esta mesa é eterna!”










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- Não há miúdo que destrua isto. Esta mesa é eterna!

O Director da escola dá umas pancadinhas no betão acabado de secar, e sem saber dava-me outra nas costas.

A mesa é de facto eterna. Feita em betão sólido têm ainda a particularidade de metade do enchimento ser feito com garrafas de plástico que ainda são cheias com plásticos por dentro (sacos, pacotes etc...). Um mealheiro ecológico todo recolhido pelos alunos.

É eterna então por fora, consciente por dentro e, para nós, coberta com os sorrisos dos cerca de cento e cinquenta alunos que nos receberam, para nossa surpresa pois estávamos em período de férias. Fomos comprar umas caixas de chupa-chupas para juntar a algum material escolar trazido de Portugal e montámos uma “festa da rifa”.

O chupas fizeram as delícias dos alunos, mas soube-nos a pouco. É que tudo faz falta nesta escola. Nem uma bola de futebol têm. Computador nem pensar. Sabemos apenas porque perguntámos. Os nicaraguenses não são dados ao queixume. Mas agradecem com todo o coração.

A etapa que se segue será trazer algum colorido à obra. Iremos então com o próximo grupo pintar a mesa e bancos à volta, e ao mesmo tempo lançar as bases para uma segunda mesa. E claro, não irão faltar, pelo menos, umas bolas de futebol!

A obra ainda demorou uns dias a fazer (quando eu saí da ilha só faltavam os bancos!), o grupo Nomad já não assistiu ao resultado final, mas ficam aqui as fotografias.



































17/02/10

Sawatdee Pee Mai!

Ou, por outras palavras: Feliz Ano Novo!

Estamos a meio de Fevereiro e parece que as festas ainda não arrefeceram pelo Mundo fora. Depois do Natal e do Ano Novo, esta última semana esteve “quente” com o Carnaval e o Tet, que celebrou a entrada do calendário chinês no Ano do Tigre.


E em Abril… temos mais! Além da Páscoa, será a vez dos tailandeses celebrarem a passagem de ano, num evento inesquecível chamado Songkran. Milhões de pessoas saem para a rua e “abençoam-se” uns aos outros com água e pó de talco perfumado.


É uma verdadeira guerra de água (limpa!) num dos dias mais quentes do ano. É uma experiência arrebatadora, que só confirma a maneira de estar, sempre amigável e divertida, dos tailandeses.


Na próxima edição da viagem à Indochina, que tem início no dia 2 de Abril em Hanói, vamos passar em Bangkok no auge das festividades. Ou seja: tragam as vossas bisnagas, ou comprem uma na Tailândia… porque vamos celebrar o Novo Ano com os locais.


















16/02/10

Novidade 2 : Perquín, a capital Guerrilheira do El Salvador















A Guerra de Don Rafael é diferente da que vemos nos filmes. Não há bons nem maus, heróis ou vilões. “Perdem todos, menos um punhado de políticos e negociantes de armas.” – garante-nos. Ele que o diga: percebeu que tinha que decidir por um dos lados da barricada e alistou-se na FMLN. Aos 10 anos era guerrilheiro.

Agora é guia turístico em Perquín, o ponto de partida para “Roteiro da paz” que percorre alguns sítios marcantes desta sangrenta guerra civil e termina no Museu da Revolução Salvadorenha.

Don Rafael não tem os bíceps do Rambo mas é bastante mais eloquente. Percorre as fotografias do Museu da Revolução Salvadorenha de dedo em riste e apresenta-nos os retratados pelo nome. Eram todos seus amigos. Uns emigraram, outros ficaram pelo El Salvador, a maioria não teve tanta sorte e engrossou a lista dos 75 000 mil salvadorenhos que morreram neste período.
Estranho é que uma guerra contada na primeira pessoa chega-nos, surpreendentemente, desprovida do olhar soturno e decidido do político que a anunciou, ou da voz grave do repórter que fez a cobertura. Don Rafael explica-nos bombas como um professor de electrotecnia, fala-nos de vida e morte num mesmo tom. Talvez por não ser actor como o Rambo, o político e o repórter.

E vive tão intensamente a paz que não perde muito tempo a tentar encontrar bons, maus, heróis ou vilões para justificar este seu passado. Esta é talvez a grande aprendizagem para nós, viajantes de país sereno e solarengo. Despede-se com um enorme sorriso:
- Importante é que as pessoas não se esqueçam do que passou aqui, para que os nossos filhos não tenham que passar pelo mesmo! É importante que a memória perdure.
Fotos:
(1 a 4) El Mozote, palco do pior massacre do El Salvador: memoriais às crianças desaparecidas e o ambiente da vila que nos surpreendeu com um dia de festa
(5-6) Museu da Revolução Salvadorenha
(7) El Salvador em tempos de paz: mergulho no Rio Sapo

























































07/02/10